
Por que brincar livre é importante para as crianças pequenas?
Por que brincar livre é importante para as crianças, em especial na Primeira Infância, período que vai da gestação aos 6 anos? Porque é nessa fase da vida que se forma a arquitetura cerebral, ou seja a definição do alicerce que vai nortear o desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional da criança ao longo de toda a sua vida.
Os adultos mais criativos, sadios e capazes de se desenvolver no mercado de trabalho são os que tiveram as melhores experiências quando eram crianças. E sabe o que tem de mais positivo na vida da criança pequena para proporcionar estas experiências? O afeto dos adultos cuidadores e as brincadeiras para instigar a vontade de descobrir coisas novas.
Vários motivos para brincar
Todos os meses publicamos pelo menos uma entrevista sobre a importância do brincar. Tem opiniões de pediatras, pedagogos, psicólogos, músicos e outros especialistas em desenvolvimento infantil, como profissionais do Instituto Alana e da Unicef. Um bom lugar para começar é no post Especialistas explicam porque brincar é coisa séria, um resumão de algumas dessas entrevistas.
Hoje quero fazer uma coisa um pouco diferente. Não vou dar as justificativas dos especialistas. Escrevo como mãe de uma menina de 2 anos e 8 meses e que tem o brincar livre como parte da sua rotina. E vou começar falando do ponto de vista do adulto cuidador: como a gente aprende quando deixa a criança brincar livremente e dirigir a brincadeira!
Aprende sobre a própria criança, que se revela através das brincadeiras, e a ver o mundo com outros olhos. A forma como as crianças lidam com os mais diferentes objetos e situações nos fazem rever as nossas prioridades. Outro dia, por exemplo, a Gabi me pediu para comprar um brinquedo e eu optei por fazer com papelão aquele objeto que ela pediu para eu comprar. Ela ficou tão, mas tão encantada com o que eu fiz que fiquei até emocionada (contarei tudo em outro post em breve). E eu nem precisei ir para uma loja comprar um objeto para fazê-la feliz.
Falando sobre o ponto de vista da criança, é nítido como ela consegue descobrir (e explorar) novas possibilidades se damos para elas o tempo, o espaço e os objetos de brincar. Desde pequena observo como a Gabi gosta de viver este momentos e não me deixo nunca de me surpreender com as associações que ela faz. Não tem tédio e nem submissão às telas nessas horas.
Quando ela era menor, fiz os posts O brincar livre de um bebê e outro Como criar brincadeiras para bebês com materiais simples. Em ambos ela já me surpreendia com a capacidade de dar novos usos para os objetos disponíveis. E de se entreter por um bom tempo no seu próprio universo.
Ela foi crescendo e como o “brincar de imaginar” ela demonstra claramente o que apreende da sua relação com os cuidadores e com a sua rotina. O dia em que ela disse para a boneca que ela não precisava chorar e cantou a mesma música (inventada por mim) que eu canto para ela se acalmar, foi o ápice! Assim como quando ela repetiu com a boneca a atividade que eu tinha proposto para ela, como contei no post Jogo de movimento para crianças pequenas.
Olha só mais alguns exemplos:
A massinha na ponta dos dedos dá vida a bonecos de dedinhos, que ganham até música inventada pela Gabi.
Ou quando os livrinhos viram “a maior torre do mundo, mamãe”
A caixa de papelão vira qualquer coisa que ela queira (e a irmã vai junto!)
Qual é a conclusão disso tudo? Aqui em casa o brincar livre permitiu que a Gabi tivesse um vocabulário amplo, soubesse se comportar socialmente e expressasse de forma clara, tudo o que ela tem aprendido sobre como se relacionar com o mundo e com as pessoas.
Adorei! Preciso me esforçar mais para melhorar o livre brincar do meu bebê de 15 meses!
Oi, Lina! Que bom! Seja bem-vinda!